Você já sentiu um desconforto
inexplicável em algum ponto específico do corpo? Já sentiu uma dificuldade de
concentração mesmo que o lugar em que você se encontra esteja calmo? Já sentiu
um aperto ou uma angustia? Ou já sentiu o seu fluxo te pensamento trabalhando
de uma forma cristalina e rápida? Já sentiu um grande alívio após meditar? Já
percebeu pequenos redemoinhos em seu corpo enquanto está perto de dormir? Esses
fenômenos podem ser explicados pelo funcionamento dos chakras. Vamos estudar um
pouco sobre isso.
É importante iniciarmos essa
discussão analisando o surgimento da palavra chakra. Em sânscrito, esta palavra
significa roda. Portanto, são vórtices energéticos que encontramos em nosso
corpo, na dimensão astral ou energética (que muitos projeciologistas chamam de dimener)
e, por isso, acessá-los requer que a gente conheça como funciona nossa
interação com essas duas dimensões do nosso corpo.
Os registros históricos captam o
surgimento do termo como este que conhecemos por volta do século VII antes da
nossa era comum, por registros escritos dos povos hindus upanishads. Podemos
até indagar que este termo tenha surgido muito antes, vindo da tradição oral,
sendo passado e geração em geração até o seu registro escrito. Pois, assim como
muitos rituais que tinham regras passadas oralmente, esta oralidade era
característica dos graus religiosos daqueles povos. Porém, não é difícil
encontrar este termo sendo usado em outras culturas e, evidentemente os
sincretismos das tradições esotéricas aqui no Brasil incorporaram fortemente
este conceito e adaptaram para suas práticas.
Dito isso, os chakras captam de
forma magnética a energia cósmica e as transmutam para que nosso corpo absorva,
alimentando nosso corpo energético, transpassando para a saúde do nosso corpo
físico. Por o nosso corpo físico também compreender as energias dos chakras e a
energia gerada pela biomassa de nossa alimentação, há uma confusão e nosso
organismo acaba por interpretar essas duas energias como uma. Daí a
interferência da dimensão astral e energética no nosso plano físico. Seríamos então uma antena de transmissão entre
esses mundos? Esta é uma interessante questão que não me arrisco a responder.
Fica apenas como uma indagação.
No entanto, ao reconhecermos
este entrelaçamento entre o funcionamento dos chakras e nossas energias vitais,
compreendemos que o seu pleno funcionamento serve para estabilizar as nossas
vidas e pode transmutar as energias externas, como a do cosmos, da terra, do
local que você está, para que estimulem o nosso corpo vital e físico. Daí então
que podemos regular nosso equilíbrio físico, trazendo saúde, vitalidade,
equilíbrio dos nossos humores e também o aumento das nossas percepções. O
aumento da nossa sensibilidade com fenômenos externos.
Dentre os muitos pontos de
energia do nosso corpo, podemos destacar 7 principais chakras e cada um possui
sua vibração correspondente que podemos reproduzir por um som, uma nota musical
ou uma cor. Podemos então ativá-los através desses mecanismos, por meio da lei
de afinidade geral das vibrações. Dentre essas ferramentas de acesso e
ativaçã
Então, vamos introduzir cada um
dos chakras, para que possamos depois aprofundar nosso entendimento com outras
pesquisas. Como sempre afirmo, estas são apenas introduções e cabe a você pegar
e construir seu caminho de estudo, assim como faço. Pois minha noção de realidade
constrói fenômenos diferentes dos fenômenos criados pela sua noção de
realidade.
1 - O Muladhara Chakra:
conhecido como chakra básico ou chakra raiz, pode ser simbolizado pela cor
vermelha, está relacionado ao elemento terra e está localizado na base do nossa
coluna. É o chakra que busca as energias vindas da terra absorvidas pelo nosso
corpo. É responsável pela nossa vitalidade e instinto pela sobrevivência.
Nossas necessidades básicas como, comer, dormir e se reproduzir, estão ligados
a este chakra. Os órgãos compreendidos por este chakra são os suprarrenais,
ossos, unhas, dentes, anus, intestino grosso e o reto.
Quando desequilibrado, pode nos causar
insegurança, vontades inconstantes, morbidez.
Em meditações, de acordo com as tradições védicas, deve-se usar o mantra
LAM, buscando sentir o prazer de viver, a materialidade da vida, as bases da
nossa sobrevivência.
2 - O SwadhistHana Chakra:
mais conhecido como o chakra esplênico, pode ser simbolizado pela cor laranja,
está relacionado com o elemento água e está situado próximo à região genital. É
responsável pelas nossas potencias da curiosidade, criatividade e da
sexualidade. Estão ligados a ele órgãos como rins, intestino e os órgãos dos
sistemas reprodutores e urinários.
Quando desalinhado, pode causar
problemas de desequilíbrio sexual, como impotência, além de doenças na bexiga
ou mau funcionamento dos órgãos relacionados.
Nas meditações, deve-se utilizar o mantra VAM, buscando equilibrar seu
poder de atração, sedução e criatividade.
3 - O Manipura Chakra:
mais conhecido como chakra umbilical, pode ser simbolizado pela cor amarela,
está relacionado ao elemento fogo e pode ser localizado um pouco abaixo do
umbigo. É responsável pelo seu comportamento como indivíduo, responsável pelo
seu ego. Estão ligados a ele órgãos como fígado, baço, pâncreas, veias, órgãos
que compõem o sistema digestivo.
Quando em desequilíbrio, você
pode se tornar uma pessoa egoísta, vaidosa, narcisista. Por outro lado, uma
pessoa com baixa autoestima, pouca empolgação para realizar atividades
pessoais. Em suas meditações, o mantra utilizado nesse caso é o RAM (leia-se
ram, com a língua tribulando o céu da boca), e você deve então utilizar
pensando sobre as escolhas da vida, o respeito à sua individualidade e sua
visão de mundo.
4 – O Anahata Chakra: ou
o chakra cardíaco, é um dos mais conhecidos. Pode ser simbolizado pela cor
verde, está relacionado pelo elemento ar e está localizado na altura do seu
coração. É responsável por energizar seu sangue e todo o sistema
cardiorrespiratório, e está ligado suas questões sobre o amor e suas relações
emocionais.
Porém, quando desequilibrado,
pode causar problemas cardiorrespiratórios ou imunológicos. Mas quando bem
alinhado, pode lhe ajudar com suas relações sociais, relacionamentos amorosos e
te sensibiliza a sentimentos nobres como empatia e compaixão. Em suas
meditações, entoe o mantra YAM, e mentalize amor e compaixão por todos os seres
deste mundo. Mentalize a necessidade destes sentimentos circulando por aqueles
que carecem disso.
5 - Vishuddha Chakra: ou, chakra laríngeo. Pode ser simbolizado pela
cor azul claro ou azul celeste, está relacionado ao elemento éter, e se
localiza na altura da sua garganta, junto à glândula tiroide. É responsável pela
sua capacidade de comunicação e metabolismo. Quando bem equilibrado,
acredita-se que você pode potencializar suas capacidades de oratória, persuasão
e gesticulação. Também está ligado à qualidade da sua voz, olfato e paladar.
Entretanto, quando desequilibrado,
pode condicionar a pessoa a ter problemas respiratórios, problemas de
comunicação, dores na garganta e rouquidão constante, além de dificuldade em
expressar seus sentimentos e opiniões. Em suas meditações, utilize o mantra HAM
(leia-se ram, em tom respiratório e língua baixa) repetidamente, mentalizando a
compreensão de como se comunicar internamente e externamente melhor. Ou então,
sentindo um ar puro e energizado passando pela sua garganta, purificando seu
sistema local.
6 - Ajna
Chakra: ou podemos chamar de chakra frontal, e também é um dos mais
conhecidos e utilizados pela cultura popular esotérica. Pode ser simbolizado
pela cor azul índigo, e se localiza entre as sobrancelhas. Muitos conhecem como
a região do terceiro olho. Está
relacionado com a visão e sistema nervoso. Esse chakra trabalha questões como
concentração, intuição, suas percepções, além de visões dos outros planos da
existência.
Quando
desalinhado, pode causar, além da falta de concentração e percepção, dores de
cabeça e pesadelos. Para ativá-lo e trabalhar seu alinhamento, devemos meditar
entoando repetidamente o mantra AUM, exercitando mentalmente sua intuição,
deixando seus pensamentos livres ou imaginando uma luz branca circulando o
local do chakra.
7 - Sahasrara
Chakra: mais conhecido como chakra coronário, é um dos mais importantes
(mesmo que não se deva julgar o nível de importância de cada um). Sua cor
característica pode ser violeta, branca ou dourada, se localiza no topo da sua
cabeça e está ligado à glândula pineal, que se encontra no centro de seu
cérebro.
Este chakra
está relacionado ao seu contato entre sua consciência e o universo, o
desenvolvimento da sabedoria e a ligação do ser com as energias superiores e
suas entidades. Porém, as tradições acreditam ser muito difícil alinhar este
chakra perfeitamente, ao ponto de se crer na existência de poucas pessoas que
alcançaram seu equilíbrio e, consequentemente, a iluminação. Em suas
meditações, mentalize sua busca pela transcendência da matéria, o contato com
mentores, com o divino, ou a iluminação, entoando o mantra SHAM.
Por fim, tendo
explicado os 7 chakras separadamente, podemos então inferir a utilização deles
de diversas formas. Podemos realizar exercícios isolados ou combinados, para
ajudar no tratamento de problemas de saúde ou reequilibrar as funções do
espírito no corpo.
Além da
meditação, há outras formas de se buscar o equilíbrio de seus chakras, como a
alimentação e, principalmente, prestando atenção nas atitudes ao longo da vida.
Busque se distanciar de práticas destrutivas ao corpo ou que atrapalhem seu
crescimento, entendendo que você é uma engrenagem importante no equilíbrio dos
mundos. Preste atenção se seu caminho está tendendo aos vícios, à ignorância, à
bestialidade ou à compaixão, à virtude, ao seu legado. Cada um dos chakras pode
emitir um sinal quando isso acontecer (e vai acontecer).
Tão importante
quanto trabalhar e sentir as energias, é trabalhar e sentir o pragmatismo da
natureza e da humanidade. Tão importante quanto conhecer os céus, é conhecer a
terra e as águas. Tão importante quanto nosso macrocosmo é o nosso microcosmo,
ou melhor, o nosso dia a dia. Pois, como se refere à uma das leis herméticas: o
que está acima é como o que está abaixo.